Vivemos na era digital, isso você já sabe. Dois em cada três americanos são proprietários de smartphones, e mais de 86% da população do país está conectada a internet. Entretanto, apesar da era digital estar permeando tudo em nossas vidas, desde a forma como trabalhamos até como fazemos compras, o segmento da saúde só está começando a experimentar esse mudança.
Quase 70% dos internautas já procuraram informações sobre saúde na net (quem de nós já não acessou o WebMD.com em um momento de pânico fazendo um auto-diagnóstico?). No entanto, apenas um em cada cinco de norte-americanos possui um aplicativo referente ao segmento da saúde. Além disso, os aplicativos de saúde compõem apenas 2,8% do total de downloads da Apple Store há alguns meses.
Isso nos mostra que existe uma lacuna entre tecnologia e saúde pessoal, apesar da importância na intersecção dos dois. Tecnologia está em toda parte, mas o segmento da saúde não foi assimilado. Portanto, como podemos casar saúde pessoal a tudo o que a era digital tem a nos oferecer?
Nós precisamos inserir a utilização da tecnologia no âmbito da saúde pessoal. O mundo digital é dinâmico e altamente configurável, permitindo que empresas de saúde atendam seus clientes onde quer que eles estejam. Interfaces personalizadas facilitam a interação do consumidor quando este deseja saber seu estado de saúde e de seus entes queridos. Tudo isso sendo acessado pela web e dispositivos móveis. Outra opção são alertas personalizados que utilizam a tecnologia Beacon, podendo enviar cupons e lembretes relevantes enquanto se está em uma farmácia, por exemplo. Podemos até imaginar um mundo onde você possa enviar uma mensagem de texto a sua farmácia favorita ou a um profissional de saúde e receber respostas rapidamente, uma comunicação em tempo real.
Economizando US$300 bilhões
Um dos mais óbvios e maiores problemas que a tecnologia pode ajudar a resolver é manter os pacientes aderentes à medicação. Apesar de galopantes avanços no campo da tecnologia pessoal e empresarial, a forma como os médicos prescrevem medicação, a forma como as farmácias entregam medicamentos aos pacientes e a forma como os profissionais de saúde mantêm os pacientes aderentes à prescrição têm permanecido praticamente a mesma ao longo das últimas décadas. É hora para o setor de saúde tomar medidas para mudar as velhas formas de operar nesta era digital.
Sabemos que mais e mais clientes se relacionam com empresas de saúde via dispositivos móveis, e esses clientes também são, em média, mais aderente às suas medicações. Com um melhor acompanhamento e comunicação por meio da tecnologia, pode-se economizar cerca de US$ 300 bilhões ao sistema de saúde por ano – salvando dezenas de milhares de vidas a mais no processo.
As ferramentas e infra-estrutura para resolver este problema já estão ao nosso alcance. A crescente popularidade dos ‘wearables’, como Apple Watch, oferecem uma maneira intuitiva e não-intrusiva para lembrar os pacientes de tomarem seus medicamentos e reabastecerem suas prescrições. Também, avanços na tecnologia biométrica permitem o monitoramento de mudanças corporais, como na frequência cardíaca, alertando o paciente ou seu cuidador sobre o ocorrido.
Gamification – a abordagem que tem feito aplicativos como Foursquare e nikeplus tão popular – é propício para a exploração no segmento da saúde. O app ‘Mango Health’, que usa essa tecnologia, oferece pontos cada vez que um paciente toma a medicação corretamente, podendo troca-los por presentes ou doações para caridade.
O futuro de saúde digital
Isso é apenas o começo. Imagine usar o telefone como uma ferramenta de diagnóstico remoto com um pequeno pedaço de plástico que transforma seu aparelho em um otoscópio, podendo diagnosticar infecções em casa e, em seguida, imediatamente agendar uma consulta com seu médico para tratamento.
Existem diversos desenvolvedores pesquisando novas e emocionantes maneiras de explorar o mundo digital. Conheça alguns deles:
Conectado aparelhos e comunidades. A internet é uma catalisadora para promover a saúde no mundo digital. Empresas como ‘iHealth’ estão desenvolvendo um conjunto de dispositivos conectados – a partir de monitores de pressão arterial domésticos – para monitorarem e centralizerem todas as informações sobre sua saúde de forma fácil e acessível.
Outros estão focando em um único ponto, como o ‘Care TRX’, que trabalha especificamente com inaladores. O objetivo é desenvolver aparelhos que geram dados sobre seus usuários e os disponibilizam online.
Nós todos sabemos o quão divertido pode ser rastrear seus passos ou a sua frequência cardíaca. Mas e se esses dados de saúde fossem compartilhados não apenas com um paciente, mas ficar disponível para médicos, cuidadores, farmacêuticos, entre outros para análises e comparativos, isso pode ser usado para melhorar a saúde do paciente com maior eficiência e rapidez.
Modelos de negócios inovadores. Em vez de ir direto para o consumidor final, algumas empresas – como a Livongo, fabricante de monitores de glicose para pacientes diabéticos – também estão buscando aumentar sua participação no mercado, trabalhando diretamente com companhias de seguros.
Semelhante ao modelo de seguro de automóveis, os pacientes recebem um dispositivo subsidiado pela seguradora com base em quão bem eles estão comprometidos ao seu tratamento. Essa é uma forma criativa de oferecer ferramentas de saúde – em vez de vender diretamente ao consumidor final -, aumentando o leque de opções e barateando os custos ao consumidores.
Investir em saúde digital. Não são apenas as ‘startups’ que estão gerando impacto. Grandes empresas estão explorando maneiras de melhor gerenciar os seus recursos. A Apple é um exemplo muito claro de uma empresa de tecnologia que investiga novas aplicações para o segmento da saúde. O ‘Apple Watch’, como mencionado, pode se tornar um dos dispositivos mais revolucionárias no segmento.
A Phillips é outro grande exemplo. A empresa tem sido líder no mercado de dispositivo digitais por mais de uma década, com profunda compreensão das necessidades tecnológicas do segmento da saúde. A empresa anunciou recentemente uma parceira de cinco anos com US$ 25 milhões de investimento ao MIT para desenvolvimento de tecnoogia em diagnósticos e imagiologia.
Existem muitas oportunidades para a indústria da saúde no geral capitalizar sobre novos serviços digitais e ferramentas online que ajudam pessoas a terem melhor qualidade de vida – como através da integração da saúde aos mais recente métodos de diagnósticos digitais ou biometria móvel. Agora, mais do que nunca, precisamos de um esforço conjunto entre profissionais, empresas e consumidores para repensar como a tecnologia digital influenciará e inovará a saúde.
Personal Health In The Digital Age