Infecções óssea e das articulações ainda são o principal desafio nas cirurgias ortopédicas. Apesar do continuo desenvolvimento da medicina existe um aumento no número de infecções músculo-esqueléticas no mundo, gerando amputações, debilitação permanente e até mesmo morte de milhões em 2014. Tratamentos adequados são considerados lentos e caros, muitas vezes inacessíveis aos países em desenvolvimento. Globalmente, as infecções constituem um peso financeiro aos pacientes, médicos, hospitais, seguradoras, assim como a sociedade como um todo.
Encarando esses desafios relacionados as Infecções Músculo-Esquelética (MSI), a Sociedade Internacional de Cirurgia e Traumatologia Ortopédica (SICOT), criou o Comitê de Infecções formado por representantes de diferentes países e apoiado por associações científicas como a Sociedade Europeia de Infecção Óssea e Articulações, a maior associação do segmento. Cirurgiões ortopédicos especializados têm colocado grande esforço para implementar estratégias que visam minimizar os desastrosos efeitos da MSI. Tratamentos para as MSI alcançaram elevado grau de sofisticação exigindo treinamento especial para aprimoramento das habilidades e técnicas profissionais, assim como uma sólida infraestrutura. Durante o encontro de inauguração a situação de diversos países foram analisadas e possíveis aprimoramento foram identificados. Em muitos países, a verdadeira incidência de MSI é desconhecida, devido a inexistência ou rudimentares procedimentos de avaliação. Educação sobre prevenção, diagnósticos e tratamentos de MSI não estão estabelecidos na maioria dos países, já que praticamente não existem sistemas padrões e falta de infraestrutura adequada. A SICOT aconselha a criação de centros de excelência com especialistas em MSI e ferramentas adequadas para melhor aproveitamento de recursos e redução de custos, todavia, somente poucos países possuem esse tipo de instalação.
A Sociedade Internacional de Cirurgia e Traumatologia Ortopédica (SICOT) pede as organizações internacionais e autoridades nacionais que tomem todas as medidas necessárias para melhorar as condições para prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções ortopédicas em seus respectivos países. Sugestões para futuros desenvolvimentos podem incluir apoio a grupos de estudo nacionais, escolas e cursos, assim como o fornecimento de ferramentas adequadas. Autoridades médicas estão encorajadas a estabelecerem centros especializados de excelência certificados pela SICOT, caso seja de interesse do profissional.
Assinado por: Keith Luk, Presidente da SICOT – Ferdinando Da Rin de Lorenzo, Presidente da Comissão, Subespecialista em Infecções – Heinz Winkler, Presidente da EBJIS