Este diagnóstico deve ser lembrado toda vez que uma otite não evolui favoravelmente. Há uma drenagem contínua de material mucopurulento do ouvido médio após certa melhora dos sintomas e sinais de uma infecção aguda. Se esta drenagem de material mucopurulento persistir por mais de 6 a 8 semanas, as alterações anátomo patológicas tornam-se irreversíveis. Alguns autores defendem o uso de cintilografia com o radioisótopo tecnécio (Tc) 9, que se concentra em zonas de osteogêneses, fixando–se sobre os osteoblastos. Assim, este exame é capaz de revelar focos de osteólise de baixo grau, que não são detectados habitualmente em tomografias. O gálio 67 é mais específico, pois ele se fixa em bactérias e leucócitos. O uso combinado dos dois radioisótopos muitas vezes fecha o diagnóstico de mastoidite crônica. O tratamento é sempre cirúrgico, com mastoidectomia.
A mastoidite crônica pode caminhar por duas formas: a) A reepitelização da mucosa e epitélio destruídos pode levar a formação de colesteatoma. Uma contínua descamação epitelial seguida por regeneração leva o colesteatoma a crescer ainda mais. b) otite média crônica supurativa, caracterizada por secreção mucóide não fétida proveniente da membrana mucosa. A maior parte das complicações de mastoidites é geralmente vista em agudizações de mastoidites crônicas associadas ao colesteatoma. Uma fraca vascularização e uma baixa penetração de antibióticos explicam um maior número de complicações em mastoidites crônicas agudizadas associadas ao colesteatoma.
Mastoidite em crianças: A mastoidite é favorecida em recém nascidos por uma ausência de imunidade local, ausência de contato prévio com bactérias e por condições anatômicas desfavoráveis como tamanho pequeno e má permeabilidade das vias de comunicação entre as diversas células da mastóide, especialmente o additus ad antrum. Um estreitamento deste último aumenta o risco de má aeração das células da mastóide durante um processo inflamatório.
Fonte: www.ebah.com.br