Por Dr. Henry Woo
O Conselho Geral de Medicina do Reino Unido publicou novas diretrizes que declaram: “Se você identifica-se como um médico nas mídias sociais de acesso público, você também deve identificar-se pelo seu nome verdadeiro. Qualquer material escrito por autores que alegam ser médicos é susceptível de ser tomado como verdadeiro e pode muito razoavelmente ser considerado como o ponto de vista geral da profissão.” Isso sem dúvida criou desconforto entre alguns médicos no Twitter. Esta posição é coerente com a minha visão sobre o assunto.
O que dizemos no Twitter como médicos, em particular sobre temas relacionados a medicina, tem peso. Ao dizer que somos médicos, isso dá aos nossos tweets um nível maior de autenticidade que não é comumente visto para outros usuários. Não só temos poder com conhecimento, mas também somos respeitados pelo uso criterioso de nosso conhecimento que foi cuidadosamente adquirido ao longo de muitos anos e reforçado por uma responsabilidade de aprendizagem que dura a vida toda. Cabe a nós não abusar desse privilégio.
Na minha experiência pessoal, a grande maioria dos médicos utilizará o seu nome real ou fará referência que nos permitirão facilmente atribuir o seu nome verdadeiro com o que está escrito em seus tweets. Pessoalmente, faço a opção de usar meu nome verdadeiro “Henry Woo”, como o meu nome do Twitter e para o meu Twitter @ username, uma forma abreviada do meu nome: @DrHWoo. Minha bio indica que eu sou um médico. Meu site link mostra a referência ao meu verdadeiro nome, garantindo minha identificação mesmo que o meu Twitter e o meu Twitter @ username não tivessem essa informação. Realmente acho que não importa se é o seu nome de usuário ou sua bio ou seu link que indentifique o seu verdadeiro nome como um médico, o importante é estar identificado, pois o que você diz é facilmente atribuído a você.
Existem situações excepcionais para se utilizar um pseudônimo. Estas incluem denúncias, médicos que trabalham em pequenas comunidades ou um desejo de comentar sobre temas delicados, como o aborto ou a religião, que pode em alguns casos colocar em risco a segurança pessoal. Se há questões específicas para permanecer no anonimato, por que não criar uma identidade separada e explicar o motivo para isso? Se você realmente deseja permanecer anônimo no Twitter, então sugiro que você não mencione que é um médico em sua biografia – a única razão para mencionar que é um médico deve ser para contribuir para a autenticidade e respeitabilidade dos assuntos médicos publicados no Twitter. Nem todas as pessoas que publicam tweets sobre assuntos médicos são médicos – ser um médico não é um pré-requisito. Conheço um número de médicos que publicam tweets, mas não fazem qualquer menção de que são médicos – eu não me oponho a isso – na verdade eu respeito esses profissionais que não abusam dos privilégios que o título de médico carrega.
Em uma sociedade livre e aberta, deve haver circunstâncias muito excepcionais para que os médicos sintam a necessidade de usar um pseudônimo nas mídias sociais. Ao contrário, isso serve para ocultar o desejo do indivíduo em publicar tweets médicos inadequados ou controverso que indicam uma falta de coragem ou convicção em seus próprios pensamentos. Entidades profissionais estão desenvolvendo guias de uso para as mídias sociais levando em consideração o nível comportamental mais baixo que, infelizmente, existe entre nós médicos.
Henry Woo é professor associado de cirurgia do Hospital Adventista de Escola Clínica da Universidade de Sidney, na Austrália. Ele escreve para o site Opinião Cirúrgica e pode ser seguido no Twitter @DrHWoo.