O futuro da medicina já começou e irá impactar tremendamente a forma como cuidamos da nossa saúde e também na nossa longevidade.
Selecionamos 22 tecnologias e tendências a partir do livro The Guide to the Future of Medicine: Technology and the Human Touch, do médico e futurista Dr. Bertalan Meskó
Na parte 1 desta matéria, mostramos onze mudanças já em curso. Agora, na parte 2, vamos ver outras 11 potenciais tecnologias que ainda encontram-se em estágios iniciais de desenvolvimento, mas que possivelmente estarão disponíveis no médio e no longo prazo.
O diagnóstico de doenças será feito em tempo real. Como exemplo, temos um bisturi inteligente, chamado iKnife que já permite isso. Desenvolvido por Zoltan Takats da Imperial College London, esse bisturi pode ajudar cirurgiões a identificar o tecido canceroso, enquanto eles operam, possibilitando a retirada do tumor de uma forma muito mais precisa. Com o iKnife, os tecidos humanos são queimados, o que também ajuda a parar o sangramento. A fumaça que emerge do tecido é coletada e enviada para um espectrômetro, que faz a análise química. A partir da composição da fumaça, o aparelho pode deduzir, em questão de segundos, se o tecido era canceroso ou saudável.
É possível que um dia possamos viver para sempre – pelo menos digitalmente. Ian Pearson, no seu livro You Tomorrow, fala sobre a possibilidade de um dia sermos capazes de criar egos digitais de nós mesmos com base em informações neurológicas. Isso significa que nós poderíamos fazer o upload de nossas mentes para um computador e vivermos em uma forma digital.
Os avanços na tecnologia médica não apenas continuarão reparando deficiências físicas, mas poderão criar capacidades sobre-humanas ao promover por exemplo uma visão e uma audição perfeitas, ou uma memória ilimitada. No futuro, iremos ver casos de pessoas que irão optar pela implantação de neuropróteses e de dispositivos e tecnologias nos seus corpos, mesmo sem ter problemas médicos. A percepção que a sociedade irá ter dos cyborgs será controversa, mas, por outro lado, será cada vez mais difícil recusar a oportunidade de aumentar nossas capacidades humanas.
Várias startups estão desenvolvendo soluções para monitorar a adesão do paciente ao tratamento prescrito pelo médico. Como exemplo, há um frasco de comprimidos que brilha na cor lilás quando uma dose da medicação deve ser tomada e brilha em vermelho quando uma dose foi esquecida (esta solução foi vencedora da Healthcare Innovation World Cup). Há também pequenos sensores digeríveis que podem ser colocados em pílulas e podem transmitir dados para médicos e membros da família. Ou seja, no futuro, vai ser extremamente difícil mentir para o seu médico.
A radiologia é uma das áreas da medicina com mais rápido crescimento, e pode ser a especialidade em que podemos esperar muitas inovações. No futuro, uma máquina multi-funcional será capaz de detectar inúmeras doenças e sintomas de uma só vez. Veja no vídeo abaixo, o equipamento usado no filme Elysium a partir do 36 segundo. Com um rápido check-up ele informa qual a porcentagem de células livres de câncer.
A imagem abaixo mostra um microchip que modela o funcionamento de um pulmão vivo. Meskó descreve essa tecnologia como “organ-on-a-chip”: pequenos microchips que simulam as atividades, a mecânica e a fisiologia de órgãos inteiros e de sistemas orgânicos, detalhe por detalhe.
Essa tecnologia permite a experimentação e os testes de drogas em “pacientes virtuais”. Isso tornaria os estudos clínicos mais rápidos e mais precisos. Obviamente que serão necessários microchips mais sofisticados para imitar um corpo humano inteiro, mas esta solução chegará em breve.
Com o crescimento do número de pacientes idosos, o auxílio de robôs cuidadores será inevitável. Os robôs inclusive poderão realizar procedimentos básicos como fazer um exame de sangue. O passo seguinte é o próprio robô realizar análises clínicas ou até mesmo análises de imagens.
Robôs microscópicos irão monitorar nossa saúde, diagnosticar doenças e melhorar a entrega de medicamentos no nosso corpo. É possível que desenvolvam uma rede para comunicarem-se uns com os outros, identificando problemas e, automaticamente, tomando ações corretivas. Os nanorobôs irão também expandir o nosso conhecimento sobre biologia e anatomia.
Com a análise instantânea dos alimentos, saberemos exatamente o que estamos comendo e isso nos ajudará a ter uma alimentação mais saudável e prevenir doenças. Fast-foods usarão impressoras 3D para produzir uma variedade de opções nutricionais.
Um pequeno número de pessoas já contratou junto à empresas especializadas, a criopreservação de seus corpos, na esperança de que irão ser descongeladas e trazidas de volta à vida no futuro. Este é um método ainda controverso, particularmente enquanto ainda não temos resolvidos os problemas de superpopulação e de pobreza extrema, no entanto, a criogenização poderá ser uma solução para aumentar a longevidade.
No futuro, os hospitais não serão apenas locais para tratar pacientes enfermos. Essencialmente, os hospitais serão muito mais locais para prevenção de doenças e de rejuvenescimento. A mudança será comparável à transição que está ocorrendo no sistema de saúde de cuidados reativos para cuidados pró-ativos na prevenção de doenças. Os hospitais terão projetos inteligentes e personalizados para cada paciente.
A medida que a tecnologia avança, o diagnóstico, a análise e os tratamentos ficarão a cargo dos computadores, dispositivos e robôs. Os médicos e profissionais da saúde irão migrar mais para a interface emocional. Eles vão ter um papel cada vez mais interpessoal.
A educação médica terá de lidar com a integração destas novas tecnologias de forma rápida e eficiente e a sociedade terá de se adaptar aos novos modelos de cuidados com a saúde.
Fonte: O Futuro das Coisas